segunda-feira, 7 de março de 2011

Ali estava ela , como era habitual com o seu ar distante e pensativo como se não houvesse qualquer sinal de vida mas ao mesmo tempo uma tempestade de emoções. Olhando para ela via-se completamente o que se passava , sempre foi uma rapariga mais transparente que a água .
Era mais um dos desgostos que ela tanto afirma que teme . Diz a todo o mundo que não se deixa enganar e que pensa sempre da forma mais negativa de modo a que cada desilusão deixe de doer tanto como doía quando ela se enchia de esperanças . Mas desabafa consigo mesma que doí em grande quantidade.

Quer se ver livre da dor que a atormenta , a todas as horas do dia mas que abranda quando sente o calor humano junto do seu corpo , quando ouve a combinação melódica da voz perfeita que entra pelos seus ouvidos e quando é olhada por aquele olhar onde se perde .
É a combinação que precisava em todos aqueles momentos , se por detrás de todos os prós não viessem os contras . 
« ser amada nem sempre é sinónimo de sair magoada »
Podia ouvir os seus amigos que dizem que é mais do que aquilo que as pessoas merecem , que é demasiado para quem a quer e que é extremamente proibido que se volte a magoar mas ela por vezes ( na maioria das vezes ) não pensa com a cabeça mas sim com o coração e consequentemente os olhos choram de magoa , a alma implora paz e o pensamento inclina para a ilusão . Depois de se render a todos os abraços , beijos e trocas de olhares senta-se em frente à sua secretaria , liga o computador , chora  e diz-lhe que é um dos amigos mais importantes para ela mesmo que ele insista em fazer com que ela duvide . E tudo isto se vê na lágrima que percorre o rosto para se juntar a muitas outras também já derramadas. 

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